A história das Tropas Pára-quedistas Portuguesas

“Há que conservar as memórias passadas contra a tirania do tempo e contra o esquecimento dos homens”1 Padre António Vieira (1)


Francis J. Gavin, professor da Johns Hopkins University, no ensaio "What if we are wrong?", na procura da definição de História, cita Marc Block que sublinhara que a mesma não é uma oficina de relojoaria, nem um gabinete de engenharia, mas sim um esforço para melhor compreender algo em constante movimento. Muito recentemente, Miguel Monjardino, periodista e professor universitário, citou também Gavin, que definira História como um discurso em mutação, tecendo depois considerações complementares ao tema. Nas mesmas salientou que, devido a esse movimento, a perspetiva histórica depende muito da geografia e do momento em que a avaliação dos factos é feita, face à contínua evolução do pensamento universal. Por outro lado, se não forem sendo tomados apontamentos sobre os acontecimentos passados, a memória sobre eles resultará difusa e enviesada, podendo mesmo falseá-los. Pelos efeitos que produzem, os verdadeiros motores da História são os detentores do poder político, mas também económico, diplomático, de opinião, etc., de cada Estado ou coligação. Este será tanto mais efetivo quanto mais vincadas forem as chamadas forças profundas, há muito relevadas pelos professores franceses Pierre Renouvin e JeanBaptiste Duroselle (2) . Essas forças são materializadas pela geografia, no seu sentido mais amplo, pelo passado das nações ou suas associações, pelo carácter nacional (consciência coletiva do valor relativo de si mesma), pela língua, pelas religiões professadas, etc. A Instituição Militar é integrada por homens e mulheres que, pelo papel social que lhes está consignado ou, por vezes, por eles e elas assumido, são também motores da História e outras vezes, sobretudo, objeto da mesma. Desta forma, resolvemos publicar esta Cronologia das Tropas Paraquedistas em Portugal, memória sintética dos acontecimentos ocorridos entre 1956 e 2021, que considerámos relevantes no contexto nacional, de modo que não se venha a tornar difusa e até enviesada uma futura avaliação dos mesmos. Procurámos, na sua feitura, afastar a sempre presente subjetividade e indicar a bibliografia consultada, não esquecendo que a História é algo em movimento, quer pela contínua evolução do pensamento humano, quer pela descoberta de novos factos. A Cronologia é apresentada inicialmente por factos que antecederam a criação das Tropas Paraquedistas em Portugal, depois os relativos à criação destas Tropas e o seu desenvolvimento (1955/1975), época em que foram formadas, instruídas e treinadas com o maior rigor e destinadas a combater numa guerra de contrassubversão; seguidamente, face à alteração estratégica decorrente do fim da guerra em África e no período da guerra fria, adequadas afincadamente a esse novo ambiente (1975/2006) e, desde essa data mas já integrados no Exército, capacitadas e empenhadas em operações de apoio à paz e operações de repatriamento de nacionais não combatentes. Em todas essas fases, são bem visíveis os esforços de manutenção do melhor conhecimento e do saber fazer das Tropas Paraquedistas para se equivalerem, no estado da arte, às melhores existentes noutras geografias. Por último, dedicamos esta Cronologia a todos que, como eu, se sentem honrados por terem servido Portugal nas Tropas Paraquedistas, a quem dedicaram todo o seu esforço e saber, honrando o lema da Casa Mãe” Que Nunca Por Vencidos Se Conheçam”. 

Oeiras, 1 de dezembro de 2021

Carlos Manuel Chaves Gonçalves MGen (Ref)


1 Vieira, Pe António, Sermão de Nossa Senhora de Penha de França, Lisboa, 1652. Citações e Pensamentos. Lisboa: Ed. Casa das Letras, 2010, p. 69.

2 Renouvin,Pierre, Duroselle, Jean-Baptiste. Introduction a L’Histoire des Relations Internationales. Paris, Armand Colin, 1970.

     ANTECEDENTES

     CRIAÇÃO E EXPANSÃO DAS TROPAS PARAQUEDISTAS EM PORTUGAL (1955-1960)

     CRIAÇÃO E EXPANSÃO DAS TROPAS PARAQUEDISTAS EM PORTUGAL (1961-1965)

     CRIAÇÃO E EXPANSÃO DAS TROPAS PARAQUEDISTAS EM PORTUGAL (1966-1970)

(1971) Após a formação de uma equipa no RCP, chefiada pelo Ten Luís Pinhão, e reunidos os meios materiais tidos por convenientes, foi iniciada a gravação e o envio semanal dos programas diários da TV portuguesa, em suporte videocassete para serem exibidos nos Clubes de Oficiais, de Sargentos e de Praças dos quatro Batalhões de Paraquedistas de África. Também assim ficou materializada a preocupação permanente com o moral e bem-estar do pessoal paraquedista. Sublinha-se o facto de, nessa altura, ainda não haver disponível qualquer programação e ou difusão de TV em Angola, Moçambique ou Guiné.

(05/12Set) - Presidindo à organização técnica o Coronel Fausto Marques e com o Tenente-coronel Moutinho como juiz-chefe, do júri técnico, o RCP organizou na BA 1 (Sintra) o V Campeonato Mundial Militar de Paraquedismo, no âmbito do CISMI. Neste participaram equipas com 6 paraquedistas (um deles suplente), em representação de 17 países (Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Costa do Marfim, EUA, Espanha, França, Grécia, Itália, Irão, Iraque, Suíça, Turquia, Tailândia e Portugal - da Suécia só participou o Ten Thorkel, que viria a falecer na aterragem, devido a um incidente na abertura do seu paraquedas, após saltar a 900m acima da zona de lançamento (ZL). A equipa nacional foi constituída pelos Major Mansilha, Capitão Arlindo Mendes, Capitão Mário Pinto, Capitão Avelar de Sousa, Tenente Cavaco e Tenente Rogério Mota. A prova de precisão individual constou de vários saltos, no mínimo a 600m acima da ZL e para um alvo no solo de 10cm de diâmetro. Devido às condições meteorológicas adversas, só foram efetuados 3 saltos por equipa e foi vencedor o Sar Ewerton (Brasil), com o total de só 24cm de penalização

O Capitão Arlindo Mendes foi o nosso melhor saltador (29º). Na prova de Precisão de Grupo, saltando cada equipa com quatro elementos, na mesma passagem e a 1000m, os EUA classificaram-se em 1º lugar e, a nossa equipa, em 14º. A prova Individual de Estilo foi vencida pelo francês Hardouin e o Capitão Mansilha classificou-se em 18º, com 10,1 segundos, novo record nacional. Na classificação por Equipas combinado a França venceu e a nossa equipa obteve o 10º lugar. Quanto à Classificação Individual Combinada o suíço Neuhaus obteve o 1º lugar, com 1287 pontos, e o Maj Mansilha ficou classificado em 10º lugar, com 1214,7. Foi planeado um salto final de encerramento do Campeonato, a partir de três aviões da FAP, um Nordatlas e três C-47, com cerca de 100 saltadores, mas a adversidade das condições meteorológicas não o permitiu. De forma a não defraudar o muito público presente e apesar do vento soprar a cerca de 45km/h, o 2º Sargento Carlos Machado, no regime de voluntário, efetuou um salto em queda livre de 1500m acima da ZL ena horizontal afastado cerca de 2000m do alvo, brilhando pela sua perícia ao aterrar neste, colocado em frente à tribuna.

(1971) O Tenente Bernardes realizou, com sucesso, o Curso de Interprete de Fotografia Aérea Vertical, na BA1. Dois anos depois, face à sua prevista mobilização para África e para que o Batalhão de Instrução não ficasse sem Oficial especialista na área em apreço, marchou para o mesmo local, onde ficou habilitado com o mesmo curso, o Tenente Chaves Gonçalves.

Aconteceu neste ano:

Veja imagens da RTP sobre um Juramento de Bandeira, em Tancos

 (1972) O Centro Pedagógico (CPed), integrado no Batalhão de Instrução do RCP, nasceu fruto de uma ideia partilhada pelo Major Alfredo Ferreira Rodrigues e Capitão Maximino Chaves. O Major citado creditou-se como um oficial de valiosíssima e indelével continuidade no RCP, apesar de um grave acidente em serviço que sofrera em 1963 e às irreversíveis consequências de diminuição física resultantes (93,25% de desvalorização atribuídos pela Junta de Saúde da Força Aérea - JSA). Depois de inúmeras e difíceis operações a que foi sujeito, nos largos e sucessivos períodos de convalescença, determinados pela JSA, decidiu passá-los em serviço na Unidade e não em casa como é habitual, onde continuou a dar o melhor do seu esforço e inexcedível cooperação. Durante largos anos, porque militar de cultura invulgar, grande espírito de iniciativa e em permanência desperto para ver mais longe... recolhia e tratava toda a informação acerca das comissões dos graduados paraquedistas em África, dos cursos, dos seminários e conferências frequentadas pelo pessoal do RCP, tendo em vista colher ensinamentos e fazer propostas que pudessem vir a ter importância imediata ou no futuro para os paraquedistas. Decorrente de tal, após a frequência do Thecnical Instructors Course em Denvere do Curso de Sobrevivência em Fairchild, ambos nos Estados Unidos, o Capitão Maximino Chaves e o 1º Sargento Mota foram incumbidos de levantar o CPed, no então Batalhão de Instrução. Este Centro foi direcionado para o ensino e aperfeiçoamento pedagógico da instrução, melhorando a sua qualidade. Deste modo, foi missão do CPed levar a efeito inúmeros e sucessivos Cursos de Técnicas de Instrução, destinados a todos os quadros paraquedistas, Cursos de Pisteiros de Combate para graduados que, nessa área, mais competências e capacidades demonstrassem e, ainda, Cursos de Sobrevivência destinados aos Pilotos/FAP.

Como consequência da formação pedagógica massificada e já citada, foram selecionados os quadros com mais capacidades e competências demonstradas e, com eles, foram formadas Equipas de Instrução (EqInstr) nas áreas do Armamento, Transmissões, Tática e Topografia e, cada uma chefiada por um Tenente do QP (respetivamente Tenente Lima Pinto, Tenente Reis Borges, Tenenye Roque e Tenente Chaves Gonçalves), respaldados numa muito disponível e ativa equipa de apoio à instrução, chefiada pelo Tenente Luís Pinhão. Foram estas equipas de instrução que atualizaram as matérias a ensinar e produziram manuais, elaboraram e introduziram o uso dos planos de lição e, com as respetivas equipas de instrução ministraram a instrução a todos os Pelotões em formação, resultando uma instrução de excelente nível e normalizada. Restava para os graduados dos respetivos Pelotões o ensino dos Regulamentos, da Educação Física e da Ordem Unida, já que o pessoal adstrito à Enfermaria e à Carreira de Tiro era responsável pela instrução de Primeiros Socorros e Tiro, respetivamente.

Esta época correspondeu, porventura, a um período de ouro da instrução no RCP. Escolas Práticas, Forças Especiais e Marinha enviaram alguns delegados que visitaram a Unidade analisando a instrução, tendo sido recebidos com orgulho, face ao que havia sido construído. O Centro Pedagógico estava organizado, para além da chefia, Secção de Instrução, Secção de Apoio à Instrução, Secção de Auxiliares de Instrução e Secção de Cinema e Audiovisuais. Além dos cinco Tenentes acima citados que, para formarem, organizarem e darem continuidade nas equipas de instrução, ficaram inamovíveis na função durante um ano, situação idêntica à do Tenente Cardoso Chaves, tendo este recebido ordem de marcha para o CEPE/Exército, a fim de realizar o Curso de Operador de Testes. Esta decisão do comando destinou-se a colmatar a falta de oficiais disponíveis na Secção de Pessoal/RCP, de forma a ser dada resposta pronta ao enorme volume de testes psicotécnicos, a realizar aos mancebos que voluntariamente afluíam às Tropas paraquedistas.

(03Mar) - A Alf Enfermeira Rosa Serra frequentou o CIMPQ e obteve a qualificação para efetuar saltos de abertura manual, sendo a segunda e última do seu quadro a atingir esse objetivo.

(1972) Foram inaugurados o novo Alojamento e o Clube de Oficiais do RCP, construído de raiz com essa finalidade.

(12Dez / 07Jul73) - Sob o comando do Tenente-cornel Araújo e Sá, comandante do BCP 12, coadjuvado pelo oficial de Operações, Major Moura Calheiros, foi planeada e desencadeada a Operação “Grande Empresa”, uma das mais complexas e difíceis travadas em qualquer dos três TO africanos, pelas Forças Armadas de Portugal. Ainda hoje é assim considerada, face à complexidade de planeamento e da integração das diferentes Forças, oriundas dos três Ramos, e à envergadura dos meios humanos e materiais necessários e empregues. Foram empenhadas, como forças de intervenção, três CCP/BCP 12 e o DFE 1 (Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 1), depois substituído pelo DFE 12; como forças de quadrícula, três Companhias de Infantaria, uma de Cavalaria, três Pelotões de Artilharia e uma Companhia de Engenharia; como força de apoio atuou um CFT (Cmd de Força Tarefa/Marinha), com duas LDG (Lancha de Desembarque Grande), quatro LDM (Lancha de Desembarque Média), uma LFG (Lancha de Fiscalização Grande), duas LFP (Lancha de Fiscalização Pequena) e, a pedido do Cmdt da operação à FAP, os indispensáveis e disponíveis meios aéreos. O objetivo principal foi a reocupação da região do Cantanhez, no sul da Guiné, a qual há muito tinha sido abandonada, decorrente da retração do dispositivo militar e, como consequência, livremente ocupado pelo PAIGC, onde criara uma embrionária estrutura política e administrativa, apoiada por relevantes forças de guerrilheiros. O difícil objetivo foi atingido, atuando-se em duas vertentes, a operacional através de uma intensa e permanente atividade em toda a zona, que conduziu à desarticulação da dispositivo IN, e outra vertente mais estrutural, tendo sido implantados rapidamente quatro aquartelamentos para as NT, depois mais um outro; concomitantemente foram concentradas as populações da área em aldeamentos de muito boa qualidade, construídos para o efeito, com mão de obra dos próprios e material fornecido, tudo sob orientação das NT. As condições de vida asseguradas às populações, nomeadamente médico sanitárias, e as ações psicológicas exercidas sobre as mesmas na região, afetaram severamente as forças adversas que, consequentemente, se viram privadas do apoio da população, mormente das colheiras do arroz das produtivas bolanhas. Em cerca de quatro meses foi contruída também uma estrada alcatroada, com cerca de 13 Km de extensão, ligando Cadique a Jemberém, desmatando-se para tal uma zona onde apenas havia uma picada que, na sua maior parte e devido à altura da vegetação, quem nela circulava não via o céu.


O IN vendo-se obrigado a abandonar as celebres matas do Cantanhês, concentrou o seu esforço noutras áreas e assim, em Mai1973, a ofensiva do PAIGC conduziu à perda do quartel de Guileje. Havendo que assegurar a posse do quartel de Gadamael Porto, a CCP 122 e a CCP123 foram para lá transferidas do Cantanhês, bem como, depois, a CCP 121, que estivera até então empenhada em Guidage (outro ponto onde o IN tinha concentrado a sua ação). Assim, a zona de Gadamael Porto ficou sob o comando do BCP 12, para aqui transferido de Cufar, no Cantanhês. Com as Forças descritas resistiu Gadamael Porto à fortíssima ofensiva desencadeada pelo PAIGC, apoiado pela artilharia da República da Guiné-Conakri. Para a consecução de tal, foram vitais as operações ofensivas constantes, as quais desarticularam as Forças Inimigas, até então instaladas no terreno, provocando-lhes insegurança e muitas baixas, acabando por serem repelidas para além da fronteira com aquele país. Num esforço subsequente, em 23Jun, a CCP121 desencadeou uma operação sobre um quartel do PAIGC, com muito boa organização do terreno, fortificado e bem guarnecido, localizado na linha de fronteira, na região de Caur. Após a conquista do mesmo, foram encontrados indícios de nele terem estado militares cubanos e, da ação desenvolvida, resultou muito material capturado e elevadas baixas provocadas ao IN, que foram determinantes para o repelir para além da citada fronteira com a Guiné-Conakri.


Aconteceu nesse ano:

Imagens RTP: Reportagem apresentada pelo jornalista Eládio Clímaco sobre as escolas regimentais do Regimento de Caçadores Paraquedistas de Tancos.

Um Dia Com… Cap. Paraquedista Castro Gonçalves

(12Fev) - 

Pelo Comandante-Chefe de Angola, General Luz Cunha, o BCP 21 foi condecorado com a Medalha de Ouro do Valor Militar com Palma, face à fecunda e intensa atividade operacional desenvolvida, tendo prestado serviços de excecional valor militar e acentuado heroísmo, cobrindo de lustre e glória as Forças Armadas Portuguesas e honrando a Pátria que defende com orgulho e galhardia.

Aconteceu neste ano

Veja imagens da RTP do Dia da Unidade, em Tancos.

(25Abr) - Eclodiu o Pronunciamento Militar e o Movimento das Forças Armadas (MFA) depôs o antigo regime, pretendendo criar condições para a implantação de um regime político democrático. Durante a fase inicial de contactos para adesão a tal ação, num encontro com o Major Otelo Saraiva de Carvalho, o comandante do Regimento de Caçadores Paraquedistas, Coronel Fausto Marques, na presença dos Coronel Durão (representante do General Spínola) e Major Calheiros, classificou o planeamento para o desencadear da ação, que por aquele então lhe foi descrito, de pouco preciso e propôs a sua reformulação. Enquanto tal não fosse feito, o Coronel Fausto Marques afirmou ao Major Otelo Saraiva de Carvalho não agir como lhe estava a ser proposto, mas garantiu não atuar contra o MFA, porque apoiava a iniciativa. Baseou a sua posição na indisciplina e no caos que resultariam nas Tropas, sobretudo as empenhadas operacionalmente em África, e nada estar previsto para tal obviar. Mais tarde, em 26Abr, de forma discreta, mas importante, forças paraquedistas sob o comando do Capitão Mário Pinto, sendo seu adjunto o Cap Braz, obtiveram a rendição e substituíram as forças até então empenhadas na defesa da Prisão de Caxias, neutralizaram, desarmaram e aprisionaram os elementos da polícia política, presentes no reduto sul, e libertaram todos os presos políticos. Foram, entretanto, reforçados na sua missão com forças de Fuzileiros. Depois, já em 27Abr, graduados das tropas pára-quedistas receberam e cumpriram, com rigor e a máxima dignidade, a missão de escoltar para o Funchal os depostos Presidente da República, Primeiro-Ministro e outros responsáveis políticos.

(15Mai / 05Jan75) - Marcharam para o Brasil os Capitão Manuel Bação e o 1º Sargento Marcolino, onde com sucesso frequentaram o Curso de Operações Especiais, na Brigada de Paraquedistas do Exército brasileiro.

(1974) A Junta de Salvação Nacional decretou uma nova constituição das Tropas Paraquedistas (Decreto-Lei 211, de 21Mai74): 

- RCP, com sede em Tancos, e na direta dependência do CEMFA, com um BCP e um Batalhão de Instrução;

- BCP 12, com sede em Bissau, na dependência do comandante  da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné;

- BCP 21 e BCP 22, sediados respetivamente em Luanda e Luso, na dependência do comandante da 2ª Região Aérea (RA);-BCP 31 e BCP 32, com sedes respetivamente na Beira e Nacala, na dependência do comandante da 3ª RA;

- Dois Centros de Instrução, um com sede em Luanda e outro na Beira, respetivamente dependentes dos comandante da 2ª e 3ª RA. Estes dois Centros de Instrução teriam, individualmente, a missão de recrutar e preparar anual e localmente duas CCParas. Os cinco BCP acima referidos, com sede ultramarina, teriam orgânica idêntica, cada um com três CCP e, quando necessário ou conveniente, seriam acrescidos com uma outra CCP, como reforço. Esta remodelação estrutural das Tropas Paraquedistas nunca se concretizou.

(1974) Em junho, a Junta de Salvação Nacional determinou o regresso imediato de uma das companhias operacionais do BCP 12/Guiné, devendo manter-se à sua ordem em Lisboa, a qual ficou apresentada desde 01Jul no Depósito de Adidos da FAP (DGAFA) e bivacada nesse complexo militar, no Lumiar. A missão foi cumprida pela CParas 123, então sob o comando do Capitão Maximino Chaves.

(15Out) Foi extinto o BCP 12 na Guiné (Decreto-Lei 765, de 31Dec74).

(15nov) Foi desativado o BCP 32 em Moçambique, em 15Nov74 (Msg CPB 765/Set74/C/Cmd 3ª Região Aérea), o qual viria a ser extinto em 21Jun75, conforme o Decreto-lei nº 140, de 19Fev76. Com a desativação do BCP 32, as suas duas companhias operacionais continuaram a ser empenhadas em Moçambique, juntamente com as duas do BCP31 e sob o comando deste.

     REORGANIZAÇÃO (1975-1980)

     REORGANIZAÇÃO (1981-1985)

     REORGANIZAÇÃO (1986-1990)

     REORGANIZAÇÃO (1991-1993)

     INTEGRAÇÃO (1994-1997)

     INTEGRAÇÃO (1998-2000)

     INTEGRAÇÃO (2001-2005)

     INTEGRAÇÃO (2006-2010)

     INTEGRAÇÃO (2011-2015)

     INTEGRAÇÃO (2016-2020)

     INTEGRAÇÃO (2021-...)

Documentos fundamentais 

- Calheiros, José Alberto de Moura. 2021, “História do Regimento de Caçadores Pára-quedistas”. Vila Nova da Barquinha: União dos Paraquedistas Portugueses (No prelo).

 - Grão, Luís António Martinho. 1987. “História do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas”. Lisboa: Comando das Tropas Aerotransportadas.

- Grão, Luís António Martinho. 1987. “História do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 12”. Lisboa: Corpo de Tropas Pára-quedistas.

- Lousada, José Manuel Garcia Ramos. 2011“História do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 21”. Tancos: Escola de Tropas Pára-quedistas.

- Martins, Raúl Francóis Ribeiro Carneiro. 1986. “História do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 31”. Lisboa: Corpo de Tropas Pára-quedistas.

- Pires, Orlando Caetano Rodrigues. 1993. “História do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 32”. Lisboa: Corpo de Tropas Pára-quedistas.

- Escola de Tropas Pára-quedistas. 2008. “50 Anos - 1956-2006. Carregueira / Ribatejo: Tipografia e Papelaria Marques.

- O. S. (Ordens de Serviço) do Batalhão de Caçadores Paraquedistas (Tancos, 1956 a 1961)

- O.S. do Regimento de Caçadores Paraquedistas (Tancos, 1961 a 1975).

- O.S. do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 21 (Luanda/Angola, 1961 a 1975)

- O.S. do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 31 (Beira/Moçambique, 1961 a 1975)

- O.S. do Batalhão de Tropas Paraquedistas 12 (Bissau/Guiné, 1966 a 1974)

- O.S. do Batalhão de Tropas Paraquedistas 32 (Nacala/Moçambique, (1966 a 1974)

- O.S. do Destacamento de Tropas Paraquedistas 1 (Díli/Ataúro/Timor, 1975)

- O.S. do Corpo de Tropas Paraquedistas (Monsanto/Lisboa, 1975 a 1994)

- O.S. da Base Escola de Tropas Paraquedistas (Tancos, 1975 a 1994)

- O.S. da Base Operacional de Tropas Paraquedistas 1 (Monsanto/Lisboa, 1975 a 1991)

- O.S. da Base Operacional de Tropas Paraquedistas 2 (S. Jacinto/Aveiro, 1975 a 1994)

- O.S. do Comando das Tropas Aerotransportadas/Brigada Aerotransportada Independente (Tancos, 1994 a 2006)

- O.S. da Escola de Tropas Aerotransportadas (Tancos, 1994 a 2008)

- O.S. da Área Militar de S: Jacinto (S: Jacinto/Aveiro, 1994 a 2006)

- O.S. do Regimento de Infantaria 15 (Tomar, 1998 a …)

- O.S. da Escola de Tropas Paraquedistas (Tancos, 2008 a 2015)

- O.S. da Brigada de Reação Rápida (Tancos, 2006 a …)

- O.S. do Regimento de Infantaria 10 (S. Jacinto/Aveiro, (2006 a …)

- O.S. do Regimento de Paraquedistas (Tancos, 2015 a …)

- Relatórios de Operações do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 21 (Luanda/Angola, 1961 a 1975)

- Relatórios de Operações do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 31 (Beira/Moçambique,1961 a 1975)

- Relatórios de Operações do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 12 (Bissau/Guiné, 1966 a 1974)

- Relatórios de Operações do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 32 (Nacala/Moçambique, 1966 a 1974) 


Revistas e jornais militares

- “Kit Bag”, Jornal do BCP 31 (Beira), Jul1971

- “Salta”, Jornal do BCP (Tancos), 28 números, de 1956 a 1958

- “Revista Boina Verde”, BCP 21(Luanda, 113 números, de Ago1965 a 1974)

- “Revista Boina Verde”, RCP/CTP/RParas, do número 119, em Jun75, até ao 258, no 2º semestre 2020. 


Livros

- Anacleto-Santos, M., Perestrelo, C., Santos-Correia, J., 2015. “Ao Ritmo do Guia. Memórias de um Curso de Paraquedismo Militar”, Tancos: Pára-Clube Nacional Os Boinas Verdes.

- Barbosa, José da Fonseca. 2018. “Oficiais Milicianos Pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa. Vol I os que combateram em África 1955 a 1974”. Porto: Fronteira do Caos Edit. - . 2019. “Oficiais Milicianos Pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa. Vol II As Gerações do pós-Império 1975 a 1993”. Lisboa: Manuel Barbosa e Filhos Lda.

- Calheiros, José de Moura. 2010. “A Última Missão”. Porto: Caminhos Romanos. - Cann, John P. 2017. “Os Páras em África (1961 - 1974)”. Cascais: Tribuna da História,

- Chaves, Maximino Cardoso. 2005. “Andanças, Tribulações e Reflexões em Tempo de Guerra”. Coimbra: Edições Minerva.

- Henriques-Mateus, Lourenço Henrique. “1 - Portugal na Aventura de Voar. De Gusmão ao Ocaso dos Balões Esféricos (1709- 1915)”, Printer Portuguesa, junho. 2009, pág. 115-124.

- Machado, M., Carmo, A. 2003. “Tropas Para-quedistas. A História dos Boinas Verdes Portugueses 1955-2003”. Lisboa: Prefácio Editores.

- Mensurado, Joaquim Manuel Trigo Mira. 2002. “Os Páras na Guerra 1961-63 e 1968-72”. Lisboa: Prefácio Ed.

- Mira-Vaz, Nuno. 2019. “Os Pára-quedistas nas Guerras de África 1961-1975”. Lisboa: Sociedade Histórica da Independência de Portugal/Instituto Bartolomeu de Gusmão. - . 2019. “Pára-quedistas em Combate 1961-1975”. Porto: Fronteira do Caos Edit. - Mansilha, J., Mensurado, J., Calheiros, J. et al. 2007. “A Geração do Fim. Infantaria 1954-2004”. Lisboa: Prefácio.

- Moutinho, Carlos Bragança. 1970. “História e Técnicas do Para-quedismo”. Lisboa: Livraria Portugal.

- Serra, Rosa Glória et al. 2014. “Nós, Enfermeiras Paraquedistas”. Porto: Fronteira do Caos Edit.